O começo de Tudo, como descobri a cardiopatia de meu filho- Parte 2

Alegando assim que ele precisaria de cuidados extremamente especiais e urgente.
Mas como nem tudo são flores, o medico era um grosso, porem falou da melhor maneira que ele tinha(do melhor que ele poderia dar, as vezes tem isso , esperamos demais das pessoas, mas elas fazem o melhor que podem, mas não do jeito que esperávamos).
Nos instruiu de que ficássemos atentos, pois era uma criança frágil (SIIM! EU DISSE ERA!), e que tínhamos que ficar em cima mesmo! Que poderíamos pensar que ele estivesse dormindo, e ele ter falecido!
Aquilo foi um choque! Muitas mães podem descobrir isso na gestação, acho que no meu caso seria muito pior, pois tenho medo de muita coisa e sou ansiosa!
Após todas as bombas jogadas para cima, eu tinha medo de pega-lo, acho que na verdade era o medo de me apaixonar ainda mais e o perder.
Isso é desesperador, você não poder fazer nada, quando seu filho está doente, ou quando nem ao menos você sabe se ele sobrevivera.
Por muitos dias questionei a Deus, o culpei, pensei coisas que não devia, muitas vezes mesmo, pensava que isso era "praga" de alguém, que se Deus quisesse me castigar, porque não tirou a minha vida no parto ao invés da dele.



Pronto, a pessoa estava sem FÉ, com o coração na mão, e com as mãos atadas, apenas tendo que esperar pelo que aconteceria nos dias seguintes, com o esperança que fosse diagnostico errado!
Detectando que ele tinha um Sopro cardíaco dos graves, começou a corrida contra o tempo!
Ficamos na maternidade, meu pequeno comigo, no quarto sempre, todos os dias(ate mesmo pra não pegar alguma infecção no berçário).
Dia apos dia, da maneira dele, no ritmo dele, mamando e engordando( com a graça de Deus).
Ficamos no aguardo dos seus exames que seriam agendados pra terça feira, e na torcida para que fosse um engano do medico, e que todo o pesadelo acabasse!
Terça-feira chegou, fiquei no hospital e meu filho foi com seu pai ate a clinica fazer o exame, voltando de lá, a dor, a impotência, o medo, o desespero, tomou conta de nós, ele não conseguia falar só chorar,passado alguns minutos, e ele me explicando tudo, a sensação era que tudo só piorava, que meu chão estava se abrindo e que a qualquer minuto eu seria engolida!
Como pode, aquele serzinho de 2,680 kg  e 44 cm já nascer com uma guerra a ser travada!
Comecei a tentar aceitar, já que não tinha outra escolha, não sabia quanto tempo ficaríamos naquele hospital e nem quanto tempo estaria com ele,começou a ser medicado e acompanhado diariamente com alguns aparelhos 2 vezes ao dia( oxímetro de pulso).
Bom todo mundo espera que uma mãe de pós parto volte pra casa em 3 dias não é mesmo? pois bem ai começou a fazer eu ficar mais louca da vida, eu só queria sai do hospital e ir pra casa, já que só podia ficar no quarto ou no banheiro (e sejamos sinceros, por melhor que tenha sido tratada lá, hospital não deixa de ser hospital!) , as pessoas ligavam querendo saber se estava tudo bem, e se poderiam visitar, e eu já nem atendia mais, não queria responder, pra uma, pra outra, e novamente pra outra a mesma coisa, e ficar me explicando, falando daquilo que nem eu mesma sabia, que nem eu sabia o que fazer e o que aconteceria. (Com isso começou os boatos, cidade pequena é assim, você tosse aqui, e ali na saída da cidade já falam que você ta morrendo de Pneumonia). Começou os boatos e as ligações de que meu filho estava nas ultimas numa UTI, a beira da morte (e ele todo gostoso, mamando e dormindo, no meu quarto na minha cama todo dia! kkkk)Isso me irritou duma certa forma, CARAMBA, as pessoas não tem corações? só língua pra falar mal e inventar coisas dos outros?!
Meu filho nasceu com TETRALOGIA DE FALLOT(T4F) mas ate eu realmente descobrir o que era, pra mim era um bicho de 7 cabeças, meu marido vinha embora pra dormir em casa, já que a partir do 6º dia era o meu bebe internado e eu era a acompanhante, então ele vinha estudava tudo que podia na internet sobre isso, e corria pra maternidade na manhã seguinte com tudo salvo no computador pra me mostrar, Os pediatras que o acompanharam nessa internação e a cardio, até desenhavam o coração que era sadio, e como era o dele para entendermos.
No dia dos exames os médicos disseram É GRAVÍSSIMO, SEM CIRURGIA NÃO CHEGARIA
NEM A 1 ANO DE IDADE.
Tá,o desespero tomou conta, onde operar? quando? vai dar tempo? quanto custa? o que eu faço?. As perguntas tomaram conta!
Mas como dizem, Deus não da fardos que não possamos carregar!
A equipe da Cardiologista que o atendeu com 5 dias, era incrível, desde da secretaria ate a própria médica, e nessa equipe tinha um anjo( um anjo maravilhoso, que sem ele muita coisa não seria possível)
O médico que realizava exames, trabalhava no Hospital Beneficência Portuguesa de SP, e ficou com cópia dos exames dele, pois ele ficou desesperado, já havia acompanhado diagnostico de t4f mas não de uma criança tão pequena.
A t4f também é conhecida como síndrome do bebê azul, por falta de oxigenação do sangue, unhas, dedos, boca são arroxeados , meio azul!
Enfim,  ficamos no hospital sendo medicados por 12 noites, no 11º dia foi feito mais um exame, e foi constatado, que estávamos na mesma, nem melhora nem piora, estávamos estável!(para a Graça de Deus!), no 13º dia a cardiologista passou por lá e nos deu ALTA,nos passando todas as instruções, desde medicamento, a telefones de emergência, qual pediatra de confiança dela ir, e já saindo de lá com os próximos exames agendados para semana seguinte!
Após a alta seguimos felizes para casa sabendo que não sabíamos o que aconteceria após tudo isso, saindo com esperança, fé e coragem para aproveitar cada segundo!
Fomos a consulta na semana seguinte, depois a cada 15 dias, fazendo exame de sangue, eletrocardiograma, ecocardiograma com doppler, e assim fomos.... E todo exame o Médio me perguntava, " JA LIGARAM DO HOSPITAL PRA VOCES? FICA ATENTO QUE VÃO LIGAR!"
 1 mês e meio depois, conseguimos uma vaga em um consultório renomado em capinas, no qual iriamos ser avaliados, examinados por cardiologistas especialistas em crianças, e cirurgia cardíaca, para ser decidido o que seria feito, na realidade para qual fila entraríamos (sim fila, fila de espera pra cirurgia), que não saberíamos nem pra qual hospital, nem onde, nem se a vaga chegaria a tempo de salva-lo.
A avaliação estava agendada pro dia 21.06.2010
 Eis que o Milagre de Deus começa a aparecer (o que para muitos é coincidência, sorte, acaso).
O primeiro Milagre aconteceu! Recebemos uma ligação do Hospital de Sp para a a internação e assim podermos operar!

Seguirei assim... aos poucos!
a historia do meu Milagrinho, Guerreiro é longa, e feliz!

Em breve colocarei sobre a Outra internação e cirurgia!
Espero que estejam gostando
Abraços
Anna



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